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Este projeto de pesquisa tem como objetivo investigar a atuação, no Brasil, da mídia podcast na comunicação da ciência e as estratégias utilizadas para sua realização, que são caracterizadas por seus produtores como iniciativas de divulgação científica. Tendo em vista que o podcast é uma mídia recente, a pesquisa aqui proposta é importante para esclarecer sobre a sua potencialidade como mais um suporte para a divulgação científica. Essa mídia surgiu em fevereiro de 2004 nos Estados Unidos, quando Adam Curry desenvolveu uma maneira de permitir que um agregador fizesse, automaticamente, o download de arquivos de áudio no formato MP3, reunindo em um só programa uma quantidade massiva de conteúdo de áudio. O primeiro agregador a fazer esse download automático foi o iTunes, popularizado através dos tocadores de MP3 da empresa Apple, chamados iPod. A junção dos termos iPod e Broadcasting (distribuição massiva e pública de informações) deu origem ao podcasting, uma nova forma de transmissão de dados. Desde então, pessoas e instituições passaram a produzir arquivos de áudio e transmiti-los via podcasting, dando origem a um conjunto de exibições em áudio, ou seja, uma programação com vários episódios de assuntos variados. Essa produção é acessada, portanto, através de agregadores de conteúdo para smartphones ou acesso direto aos sites na internet. No momento da elaboração desse projeto, segundo a Teiacast (base de dados do site Mundo Podcast) o Brasil possui cerca de 1860 podcasts entre ativos e inativos, sendo 19 (1,02%) destes, dedicados à ciência. Contudo, dentre treze opções de temas presentes na Podpesquisa, realizada em 2014 no Brasil, o tema ciência aparece como o quinto lugar na preferência dos ouvintes. A partir destes dados iniciais, pressupõe-se a existência de uma demanda para conteúdo científico no Brasil, que não é atendida pelas mídias tradicionais e que as novas mídias só estão descobrindo agora. A redução de custos tecnológicos viabiliza a apropriação dos meios de produção e veiculação da informação por parte de alguns segmentos da população, levando a formação de mercados de nicho. Ainda que se considere o podcast como mídia de nicho, por não atingir instantaneamente grandes massas, já existem iniciativas que se consideram de divulgação científica. A hipótese central deste trabalho vai ao encontro destas iniciativas, buscando demonstrar que o podcast, dado suas características, pode ser entendido como uma mídia capaz de dar suporte à divulgação científica. Mas, quais concepções e estratégias de divulgação científica são utilizadas pelos podcasts no Brasil? Para responder esta pergunta é necessário analisar o contexto geral da mídia, buscando identificar os podcasts atuantes de divulgação científica no Brasil, a partir do levantamento dos perfis dos seus produtores/autores (podcasters) e das relações que mantêm com o público; além dos temas abordados e das áreas do conhecimento contempladas. Para facilitar a análise, serão utilizadas categorias com base em bibliografia pertinente, articulada ao levantamento desses pontos, que traduzam as estratégias utilizadas, selecionando os podcasts de maior relevância. A primeira fase da pesquisa, portanto, é quantitativa, passando na fase posterior a ser qualitativa, visando uma leitura mais aprofundada do gênero podcast a partir do critério de relevância, que estará relacionado com o impacto nas redes sociais e/ou número de downloads. Espera-se, com este estudo, incentivar a produção de novos podcasts e contribuir para a diversificação e melhoria de iniciativas de divulgação científica.

podcast; podcasting; mídia; divulgação científica; ciência