O HPV (Papilomavirus Humano) é uma doença sexualmente transmissível (DST), alguns tipos relacionados com a gênese de cânceres e verrugas benignas. O HPV ganhou visibilidade com as campanhas nacionais de vacinação contra o vírus, nos anos 2014 e 2015.  O câncer de colo de útero, um dos tumores mais recorrente entre as mulheres no mundo, podendo ser consequente da infecção por HPV, apesar de nem todos os portadores do vírus manifestarem câncer ou algum sintoma. Exames anuais preventivos e a vacinação precoce contra o HPV são de suma importância para a saúde. Lembrando que homens também podem contrair o HPV e não ter a manifestação de sintomas visíveis, o que aumenta o risco de contaminação entre parceiros. No ano de 2014 o Ministério da Saúde estreou a campanha de vacinação contra o HPV, inicialmente para meninas 11 a 13 anos. Repetida e ampliada no ano de 2015 inserindo de meninas a partir dos 9 anos, e portadoras de HIV de 9-26 anos. O esquema vacinal das campanhas de 2014 e 2015 sofreu mudanças na campanha de 2016, em vigência, diminuindo as doses.  A primeira dose, na campanha de 2014, foi majoritariamente ofertada nas escolas com estudantes nessas faixas etárias e as doses seguintes encaminhadas nas unidades de saúde pública. Durante a campanha informações descontextualizadas foram divulgadas própria população quanto pelas mídias, inclusive em blogs. O foco voltado para meninas, tanto pelo MS quanto pela mídia, gerou lacunas, questionamentos e estimulou mitos. Com o fácil acesso à internet os adolescentes utilizam este espaço encontrar respostas rápidas, principalmente sobre DST, sendo os blogs facilmente acessado por este público. Para entender esse aspecto foi feita a análise do conteúdo divulgado em dois blogs não governamentais relacionados ao HPV criados por leigos, um de identidade feminina e outro masculina. Os resultados encontrados deram conta que: 1) as pessoas que interagiam no blog, mantinham sua identidade incógnita; 2) as dúvidas mais frequentes eram quanto a eliminação dos sintomas visíveis do HPV (condilomas); 3) que tratamentos caseiros e até medicamentos sem registro apareciam neste veículo como solução; 4) o foco dos blogs eram no tratamento curativo e não profilático. Os meios de comunicação podem atuar positivamente ou negativamente na Educação em Saúde, necessitando de grande cuidado no que é divulgado. Existem diversos trabalhos que mostram como cientistas, professores e jornalistas usam a Divulgação Científica na internet de forma intencional, porém há necessidade de trabalhos que verifiquem a informação que é transmitida por leigos, e de que forma isso auxilia ou desfavorece a disseminação cientifica.