Open Conference Systems, III - Semana Acadêmica - Campus Mesquita

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PROJOVEM URBANO EM MESQUITA: OPORTUNIDADE DE INGRESSO NO MERCADO DE TRABALHO?
Paula de Macedo Santos

Última alteração: 2017-10-17

Resumo


O desemprego da população jovem é um dos desafios das sociedades globalizadas, onde os postos de trabalho estão cada vez mais escassos. O grupo de jovens compõe o segmento mais atingido pelo desemprego também no Brasil. Cria-se uma população à margem da sociedade e do mercado de trabalho. A partir de 1990, organismos internacionais apoiaram ações de inclusão de jovens no mercado de trabalho em diversos países, inclusive no Brasil. Dentre essas ações destacamos o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem. O objeto deste estudo é o ProJovem, um programa iniciado no governo Lula (2003-10) com continuidade no governo Dilma. O Programa na modalidade Urbano oferece a conclusão do ensino fundamental e um curso de qualificação profissional de acordo com as necessidades locais num período de dezoito meses. As ações do ProJovem Urbano buscam qualificar os jovens das periferias para o ingresso no mercado de trabalho. De acordo com o discurso oficial, há oportunidades de trabalho, mas faltam profissionais qualificados para assumi-las, atraindo os jovens para participarem do Programa. Nosso objetivo é compreender se a formação oferecida pelo ProJovem Urbano é suficiente para conquistar uma vaga num mercado de trabalho tão acirrado. Diante dessa realidade, propomos uma avaliação dos objetivos do programa de governo ProJovem Urbano, tendo como modelo a experiência do ProJovem no Município de Mesquita na Baixada Fluminense. Utilizamos a análise de material bibliográfico de fontes primárias e secundárias referentes à juventude, políticas públicas e programas de educação profissional. Buscamos o contato com os alunos e professores que atuam no ProJovem em Mesquita. Pensadores críticos sugerem que melhorar as habilidades dos jovens não é garantia de emprego, pois há geração insuficiente de postos de trabalho. Partimos da hipótese que o objetivo principal desses programas não é qualificar o jovem para o mercado de trabalho, mas apenas manter o jovem na “fila do emprego”. A partir dessa experiência foi possível compreender a realidade do ProJovem Urbano a nível nacional e verificar a sua eficiência na inserção dos alunos participantes no mercado de trabalho. O estudo demonstrou que o Programa é deficiente na inserção de jovens no mercado de trabalho, em função, inclusive, da formação precária que é oferecida, confirmando nossas suspeitas iniciais. Programas governamentais como esses atuam como um mecanismo de satisfação social. As medidas reparadoras tomam o lugar dos direitos dos cidadãos. Os jovens do ProJovem em Mesquita demostram a dura realidade da juventude no mercado de trabalho. Esperamos que este trabalho contribua para a construção de novas políticas públicas que realmente atendam as necessidades dos jovens das camadas populares.

 

 



Palavras-chave


ProJovem; juventude; educação profissional

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