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MUSEU DO NEGRO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO: RESSIGNIFICAÇÃO DA HERANÇA AFRICANA NO BRASIL?
Fabíola Bianca de Souza Gonçalves, Verônica Pimenta Velloso

Última alteração: 2017-10-17

Resumo


Historicamente, grande parte dos museus brasileiros ao representarem o negro, ressaltaram a sua contribuição para a formação da sociedade brasileira apenas sob a condição de escravos, ficando subentendida uma visão de submissão e passividade. Portanto, deixaram de chamar a atenção para a resistência desses grupos a essa condição, e à falta de visibilidade a respeito das contribuições de seus saberes ao longo da história do país. Os antigos nomes do atual Museu do Negro - Museu do Escravo e Museu da Abolição - podem reforçar essa interpretação. Hoje, é inegável a importância da introdução dos estudos da história e cultura afro-brasileira e africana que passem uma imagem do negro como sujeitos históricos, representantes de diversas etnias e saberes, sendo estabelecido inclusive, sua obrigatoriedade no ensino fundamental e médio das redes, pública e particular, conforme Lei nº10.639, aprovada em 09 de janeiro de 2003. Partindo do pressuposto de que os museus, como espaços de educação não formal, podem ser agentes de transformação social e política, responsáveis por uma educação cidadã, participativa e emancipatória, a pesquisa a ser desenvolvida tem por objetivo investigar até que ponto o Museu do Negro hoje, contribui para a ressignificação da herança africana no Brasil e constitui um espaço de educação e divulgação científica. Neste sentido, busca-se a partir da relação que o museu mantém com a sociedade, identificar as sua propostas. Para isso, utilizaremos como material empírico para análise, as representações do negro, presentes na exposição “360° de Africanidades – Uma viagem pela História e Cultura dos Negros no Brasil”, apresentada por esse espaço museal na 11ª Primavera dos Museus. O museu está situado à Rua Uruguaiana nº 77, no centro da cidade do Rio de Janeiro, nas dependências da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, fundada em 1640, sob a guarda da Irmandade de mesmo nome, expressando sua dimensão religiosa, histórica e cultural. Esperamos contribuir, a partir desse estudo, para a formação de uma visão crítica a respeito da disseminação da memória do negro nos espaços museais.


Palavras-chave


divulgação científica; herança africana; museu do negro; espaço não formal

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