Popularizar o conhecimento científico, informar e até mesmo envolver o público leigo nos processos referentes à ciência, estes são uns dos objetivos da divulgação científica. Sendo a decodificação de termos técnico-científicos, um dos maiores desafios dos profissionais que se propõem a divulgar a ciência ao público em geral. Nesse sentido, o uso da arte na prática da divulgação científica, pode aproximar e sensibilizar o público sobre assuntos voltados à ciência e tecnologia. Ao considerar que tanto a ciência quanto a arte, com seus métodos e materiais próprios são interdisciplinares é que se escolheu seguir esse viés de interação entre esses dois campos, para tratar de um assunto bem atual e pertinente em nossa sociedade: o Dia do Gordo. No dia 13 de setembro foi realizada mais uma edição do Ciência na Praça, evento aberto ao público, realizado pelo Espaço Ciência Interativa (ECI), no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Campus Mesquita, cujos temas abordados foram O Dia da Amazônia e O Dia do Gordo. O material escolhido para a realização desta atividade foram 4 pinturas do artista colombiano, Fernando Botero, nas quais são retratadas pessoas e animais gordos, em cenários volumosos, dentre elas foi exposta a releitura da ilustre Mona Lisa ou Gioconda de Leonardo Da Vinci, do século XVI, representada pelo estilo Boterismo como Lisa Gorda (1978). A metodologia usada foi expor essas obras, que continham na parte de trás algumas perguntas relacionadas a mudança do padrão de beleza e do corpo, de acordo com o contexto histórico; o monitoramento do corpo, sobretudo o feminino; dando partida para a mediação e o dialogo. É importante ressaltar que muitas pessoas não conheciam o artista, como também não sabiam a diferença entre sobrepeso e obesidade ou que poderiam saber se o seu peso era saudável, por meio do cálculo do IMC. A partir da inquietude estética que o Boterismo provoca através das cores e formas volumosas encontradas nas obras, acredita-se que o resultado da interação entre ciência e arte foi muito produtivo, sendo possível trabalhar aspectos históricos, físicos, culturais; assuntos sobre saúde e bem estar, assim como abordar de forma sutil o tema gordofobia.