Open Conference Systems, III - Semana Acadêmica - Campus Mesquita

Tamanho da fonte: 
IMPLANTAÇÃO DE GRUPOS DE CUIDADORES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NA FISIOTERAPIA PEDRIÁTRICA
Marcelo Dornelas, Rita de Cássia da Roza, Susana Engelhard Nogueira

Última alteração: 2017-10-17

Resumo


Grupo é um conjunto de pessoas com certo grau de confiança e afeto entre si, com características específicas e necessidades semelhantes que se incluam neste coletivo, compartilhando um ou mais objetivos em comum. O trabalho grupal favorece o aprendizado social e o apoio mútuo em busca de soluções para problemas comuns através da interação e atividade conjunta. Este trabalho apresenta um relato de experiência de implantação de um grupo de cuidado como ferramenta para atender uma demanda da fisioterapia pediátrica da clínica-escola do IFRJ - Campus Realengo junto aos cuidadores das crianças atendidas. Os objetivos foram incentivar a frequência, oferecer suporte emocional, social e informativo, além de fortalecer a busca de cuidados voltados para si mesmos e para a recuperação de suas crianças. Alunos da terapia ocupacional e fisioterapia, orientados por uma professora de psicologia, realizaram um levantamento do público alvo, seu perfil e quantitativo, suas possíveis demandas, disponibilidade de horário e um espaço adequado. A divulgação através de folders foi feita junto aos usuários e aos membros das equipes técnicas de referência no local. Foram planejados 8 encontros de 30 minutos, uma vez por semana. As atividades incluíram brincadeiras, artes, música e reflexões sobre as experiências com suas crianças em tratamento. Os encontros aconteceram em horário concomitante ao atendimento das crianças na pediatria. Os cuidadores participantes no grupo foram equivalentes ao quantitativo de até 6 crianças atendidas neste horário. Os primeiros encontros foram feitos em uma sala, tendo baixa presença dos cuidadores. A insistência do convite, o incentivo dos cuidadores já participantes, a troca do uso de sala pelo uso de espaço ao ar livre e a oferta de um café da manhã acolhedor, familiar e descontraído aumentaram a adesão. O grupo de cuidadores foi heterogêneo quanto à idade (adolescentes e adultos) e grau de vinculação com as crianças atendidas (mãe, avó, tia, amiga). O número de participantes oscilou com a presença de mais de 1 cuidador referente à mesma criança. Foi comum o compartilhamento de dúvidas sobre o desenvolvimento de suas crianças, de tensões nas relações familiares e de novas adaptações na vida pessoal. O grupo serviu como continente de angústias, fonte de informações orientadoras ou clarificadoras, e um potente elo de apoio social. Foram observadas mudanças de comportamento nos diferentes participantes. Houve maior adesão ao tratamento da criança e ao grupo de cuidadores, ampliação da comunicação no grupo e com a equipe de referência da pediatria, aumento da segurança, esperança  e vinculação positiva com suas crianças, além de conquistas de readaptação em suas vidas pessoais. O grupo apresentou-se como importante ferramenta para manutenção de vínculo gerado pela percepção dos desafios que envolvem os cuidados com as crianças, fortalecendo redes de apoio social e comunitária, necessárias à manutenção do estado de bem-estar e saúde.

Palavras-chave


processo grupal; grupo de cuidado; promoção em saúde; educação em saúde.

É necessário inscrever-se na conferência para visualizar os documentos.