É de conhecimento popular que padrões comportamentais relacionado à prática entomofágica ainda persiste em algumas regiões do Brasil. Tais padrões são transmitidos culturalmente em pequenas comunidades indígenas no Norte do país, mas são pouco difundidas na região Sudeste. Frente a esta disparidade aparente, buscamos entender como o assunto é abordado no cotidiano dos alunos no contexto das aulas de ciências. Atualmente, o livro didático representa um dos principais recursos para a ministração de aulas de ciências durante o Ensino Fundamental. Deste modo, apresentamos uma investigação relacionada aos conteúdos de ciências com foco acerca da do tema “entomofagia” em livros didáticos de sétimo ano do ensino fundamental aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático mais (PNLD 2016). Iniciamos nossa pesquisa analisando três livros: Projeto Teláris; Tempo de Ciências; e Investigar e Conhecer. Até o momento, pudemos observar que os três livros retratam o filo Artrópodes, as características morfológicas do grupo, porém é nítido que o foco maior é dado aos malefícios que alguns insetos podem trazer ao ambiente, como a manifestação de algumas doenças, - dengue, por exemplo. Benefícios que os insetos trazem quase não são apresentados. Os livros mostram apenas a polinização, mas não demonstram os insetos como uma opção de fonte alimentar, de forma que este beneficio deixa de fazer parte do conhecimento do aluno, acaba por não ser uma opção alimentar por falta de conhecimento. Em pleno século XXI, onde a fome ainda existe em algumas regiões, esse assunto continua não sendo bem esclarecido e visto como algo repugnante.