A cidade é fonte inesgotável de cultura, história e de saberes educativos. É preciso, porém, ter sensibilidade para enxergar o seu potencial e permitir que ela mostre os seus movimentos culturais e o seu currículo oculto. A criança por sua vez é fonte de inspiração, de energia humana em estado bruto, com toda sua alegria, espontaneidade, curiosidade, criatividade e seu espirito livre. A observação da criança e a cidade são o tema deste trabalho, mais especificamente a compreensão do direito da criança à cidade e os modos como a criança lê a cidade. Partindo de observações – ao acompanhar as atividades e passeios, com um grupo de crianças pela cidade do Rio de Janeiro, fruto da parceria entre os projetos “Aprender nas ruas” e “Ônibus da esperança” –e de estudos correlatos, ao longo de um ano de pesquisa acadêmica, procurei destacar o que me inquietou quanto à prática educativa não formal; à dificuldade de ser um observador ; aos sentidos da experiência pela visão da criança, que a tudo consegue transformar em brincadeira, de uma forma encantadora. Assim procurei demostrar que existem diferentes formas de educação e aprendizagem na cidade que podem ser trazidas para a escola a partir de passeios livres não escolarizados.